Olá! Espero que você esteja bem, alegre e em paz!
A reflexão sobre o amor é sempre passível de nos levar a conclusões enriquecedoras. O amor, experimentado equilibradamente, nos humaniza e nos coloca na direção de humanizar nossos relacionamentos.
Há, no entanto, certo preconceito quando falamos do amor sentido por nós mesmos! Muitas vezes predomina certo tabu com relação ao fato de que nos amamos, mas isso pode ser interpretado de forma diferente: na medida certa devemos nos amar antes de amar outras pessoas.
Repito: devemos nos amar na medida certa! Os extremos, ou seja, o amor excessivo por si ou a escassez de amor próprio, são danosos e prejudiciais, quando não doentios. Quem tem amor exagerado por si – narcisismo – perde a capacidade de considerar a beleza e a importância das outras pessoas e nutre, conscientemente ou não, a falsa sensação de que não precisa de ninguém ou de que é superior ou melhor que as demais pessoas.
Quem padece da ausência de amor por si ou da dificuldade de amar-se, se sente indigno das coisas boas da vida e fecha-se; aos poucos se sufoca, perde a alegria de viver, fica pessimista, amargo e passa a ver o mundo de forma cinzenta. Quem não tem amor por si próprio fica propenso a relacionamentos desgastantes, pois o amor próprio é um dos critérios que usamos para parametrizar nossa relação com as pessoas à nossa volta e, se nosso parâmetro é frágil, a tendência é a busca de proximidade com pessoas emocional e psicologicamente desastrosas.
A busca constante do equilíbrio é o grande desafio. Como falado acima, os extremos são prejudiciais. Encontrar o meio-termo gera saúde, alegria, abertura para vida, sucesso e felicidade; viver nos extremos implica infelicidade constante, ainda que o ególatra tenha a falsa sensação de estar bem.
O equilíbrio no campo do amor próprio não é estático, ou seja, uma pessoa não o encontra e pode descansar eternamente em berço esplendido. O equilíbrio é construído cotidianamente por intermédio do amadurecimento do olhar que temos sobre nós: saber e aceitar nossas fraquezas e nossas fortalezas.
O amor próprio, por um lado, deve ser buscado com a convicção de que as limitações que temos não devem ser causa de autodesprezo e nem podem servir como critério único de medida de nosso ser; por outro lado, amor próprio deve ser sentido sem ensimesmar-se, sem o sentimento de auto exaltação como se fossemos dotados apenas de atributos extraordinários.
A compreensão racional e emocional de nossas características pessoais é uma estratégia muito eficiente na construção diária de auto aceitação. Identificar e lidar bem com nossos limites, saber que temos dificuldades em algumas situações da vida, que não sairemos tão bem em tudo o que fazemos… mas também identificar nossas melhores habilidades, saber que temos facilidade para muitas situações, que nos saímos muito bem em muitas coisas que fazemos na vida.
A última dica é: usemos espelhos que reflitam o que temos de ótimo e o que temos de limitação! Estes espelhos nos permitirão fazer a síntese que manifesta a visão mais real e saudável de nosso ser. Um espelho que supervaloriza uma imagem em detrimento da outra é inconveniente e refletirá uma caricatura equivocada e/ou doentia daquilo que realmente somos.
Nem mais nem menos: ame-se na medida certa!