POR Jacqueline Moura/Itatiaia
A nova resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que simplifica as regras para registro e autorização de importação de medicamentos e vacinas adquiridos pelo Ministério da Saúde para prevenção ou tratamento da mpox, é vista com otimismo pelo Centro de Tecnologia de Vacinas, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O CT Vacinas é responsável por desenvolver uma vacina nacional contra a mpox.
De acordo com o coordenador do CT Vacinas, Ricardo Gazinelli, a Anvisa está dando prioridade para drogas e vacinas contra o Mpox. “Fazendo essa submissão, a gente acredita que não vai demorar muito tempo para aprovar o imunizante. E aí, então, faria o ensaio clínico, fase um, e como essa vacina já foi testada em humanos, teria uma facilidade e seria mais rápido para aprová-la e fazer o registro, ou pelo menos para aprová-la em condições emergenciais”, explica.
Ainda segundo o especialista, com a aprovação dessa vacina, ela poderá ser para usada em crianças, adolescentes, idosos, gestantes e pessoas que possuem comorbidades. “Essa vacina se mostrou muito segura. Sabe-se que ela replica em células de aves, mas não de mamíferos. Então, quando você imuniza a pessoa, o vírus entra, ele produz lá expressas proteínas e induz a resposta imune, mas ele não replica. Então, nós inclusive fizemos testes em animais altamente deficientes e ela não causou nenhuma reação. Então, ela é uma vacina muito segura. Baseado nisso, a gente acha que ela poderia ser usada nas diferentes faixas etárias e nas pessoas com imunodeficiências, tomando imunossupressores e anti-inflamatórios”, detalha.
Desde o ano passado, quando a Anvisa aprovou o uso provisório do imunizante, o Brasil já recebeu cerca de 47 mil doses da vacina e aplicou 29 mil. O imunizante, desenvolvido pela UFMG, deve ficar disponível para o público em 2025. “Tudo ocorrendo dentro do previsto e, em especial, havendo uma situação de urgência, se o vírus começar a espalhar mais amplamente, aí eu acho que 2025 seria uma data realista”, relata com otimismo o professor Ricardo Gazinelli, o coordenador do CT Vacinas, da UFMG.