Governador Valadares (MG) registrou o menor índice de infestação do mosquito Aedes aegypti nos últimos seis anos. O mosquito é responsável por transmitir a dengue, zika e chikungunya. Conforme o terceiro Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2024, a cidade registrou 1,8% dos imóveis pesquisados com a presença do mosquito transmissor das arboviroses. Segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), é o menor índice alcançado desde 2019, quando o patamar chegou a 7,8% de imóveis com focos do mosquito.
O levantamento foi feito entre os dias 17 e 22 de agosto deste ano, quando os agentes de endemias vistoriaram quase 6 mil imóveis. Os resultados foram divulgados nessa quarta-feira (28).
Ainda segundo dados do CCZ, em uma série histórica dos últimos seis anos, o LIRAa alcançou seu maior patamar em janeiro de 2020, quando 8% dos imóveis pesquisados contavam com a presença do vetor transmissor das arboviroses.
No LIRAa anterior, divulgado em maio deste ano, o percentual foi de 2,7%. “Esta é a primeira vez, em seis anos, que temos uma queda tão significativa no Índice de infestação, que ficou abaixo de 2%. Isso mantém Valadares em situação de médio risco de epidemia e se deve ao período seco. No entanto, precisamos continuar fazendo a lição de casa, através da prevenção. Para isso, precisamos contar também com o apoio da população; que deve colocar areia nos pratos de plantas, manter o quintal sempre limpo, o lixo fechado e acondicionado corretamente; colocar água fervendo nos ralos uma vez por semana; dentre outras medidas que evitam a proliferação do Aedes”, explica o coordenador das arboviroses, José Batista dos Anjos Júnior.
Perigo dentro de casa
Mais de 90% dos focos do mosquito continuam dentro das casas. Nos ralos, calhas e lajes, por exemplo, foram encontrados 44,9% dos focos; 24,3% nos vasos e pratos de plantas; 22,4% nos reservatórios de água secundário, 5,6% nos lixos; e 2,8% nos pneus. Já em caixas d’água e depósitos naturais, não foram encontrados focos.
Em contrapartida, na pesquisa anterior, 49,4% dos focos foram encontrados nos ralos, calhas e lajes; 23,5% em vasos e pratos de plantas; 17,5% em reservatórios de água secundários; 4,8% em lixos; 2,4% em caixas d’água; 1,8% em pneus e 0,6% em depósitos naturais.
Resultados nos bairros
Em relação aos bairros, o resultado também merece destaque. De 14 estratos, 11 tiveram redução no que se refere à infestação pelo mosquito da dengue, um permaneceu o mesmo do LIRAa anterior, um aumentou apenas 0,1% e o outro, 0,4%.
O mais significativo deles foi o estrato 13, que compreende os bairros Jardim Alice, Vila Rica, Penha, Novo Horizonte, Vale Pastoril, Caravelas, Castanheiras, Vila União, Tiradentes, Figueira do Rio Doce e Vitória, que foi de 4,1% no segundo LIRAa para 1,8% no atual; e também o estrato 6 (que abrange os bairros Centro, Esplanada, Esplanadinha e São Pedro), que saíram de 3,3% no LIRAa anterior para 1,2% na 3ª pesquisa; juntamente com o estrato 9, que conta com os bairros Vila Império, São Cristóvão, Jardim Pérola, Kennedy, Bela Vista, Fraternidade, Vila Ozanan, São José, Nossa Senhora de Fátima e Parque Olímpico, que foram de 3,4% no LIRAa feito em maio para 1,3% no divulgado hoje.
Em seguida, está o estrato 4 (Vila Bretas, Vila Mariana, Acampamento da Vale, Lourdes e São Geraldo), que alcançou o patamar de 1,5% no 3º LIRAa, contra 3,3% na pesquisa anterior.
Na sequência, vem o estrato 5, composto pela Ilha dos Araújos, JK, São Paul, Santa Terezinha e São Tarcísio, que reduziram de 3,2% (na pesquisa de maio deste ano) para 1,9% (no LIRAa divulgado nesta quarta-feira).
Logo atrás, vem o estrato 10, que engloba o bairro Santa Rita; que caiu de 4,4% para 3,2% (respectivamente 2º e 3º LIRAa’s).
O estrato 11, que conta com Vila Isa, São Raimundo, Vera Cruz, Jardim Alvorada, Vila dos Montes e Vila do Sol, se manteve estável; com 2,9% em ambas as pesquisas.
Os demais tiveram uma redução um pouco menor.
Já o estrato 7 (Capim, SIR, Universitário, Sítio das Flores, Santos Dumont I e II, Sion, Belvedere, Cardo e Floresta) teve um aumento sútil, de 1% no Levantamento de maio para 1,1% no presente. O mesmo aconteceu com o estrato 12, que engloba os bairros Atalaia, Ipê, Vale do Sol, Cidade Jardim e Asteca, que no LIRAa anterior registrou 1,2% e no atual, 1,6%.
A Prefeitura de Valadares, através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), disse que pretende adotar mais ações específicas em cada estrato, a fim de controlar a doença e exterminar o Aedes aegypti.