No dia 8 de dezembro de 2020, o Papa Francisco instituiu o “Ano especial de São José” para celebrar os 150 anos em que o santo foi declarado padroeiro da Igreja Católica, ano que vai até 8 de dezembro de 2021. Já o Ano “Família Amoris Laetitia” começará no dia 19 de março, dia do aniversário de 5 anos da Exortação Apostólica do Papa Francisco. Esta instituição se deu em detrimento das novas circunstâncias impostas pela pandemia do coronavírus, a fim de que as famílias sejam verdadeiras igrejas domésticas missionárias e contribuam para um mundo melhor, mais justo, mais fraterno, a exemplo de São José, que priorizou sua família, colocando Jesus e Maria no centro de sua vida, amando e cuidando deles com muito zelo e carinho. Como exemplar pai e esposo, José foi protagonista na história da salvação de forma discreta, sem holofotes apontados para si. Tudo o que fez foi obedecer e cumprir a vontade de Deus. Ele é o modelo que nos inspira a exercitar a caridade discretamente e exercer nossa vocação a serviço do reino de justiça, amor e paz com muita alegria e dedicação. Trabalhador honesto, que reconhecia o valor, a importância e a dignidade do ofício da carpintaria, José era feliz por suprir sua família através de seu trabalho, não deixando faltar o pão de cada dia para Jesus e Maria. Patrono da Igreja e protetor da Sagrada Família, intercede por cada um de nós e nos inspira a ser obedientes a Deus, que nos ama incondicionalmente, nos acolhe, abraça, ampara e perdoa. José nos deixou o exemplo de acolher, abraçar, amparar, perdoar a todos, sem excluir os mais frágeis e marginalizados. Que possamos vivenciar em família neste ano, com muito fervor, o que o Papa Francisco nos propôs a refletir e praticar, através da instituição do “Ano especial de São José” e do Ano “Família Amoris Laetitia”.
No dia 25 de março, celebramos a Solenidade da Anunciação do Senhor. Mesmo sem saber o que teria que enfrentar para que tudo acontecesse, por causa de sua fé, Maria se colocou disponível ao plano de Deus para a nossa salvação através de seu sim à encarnação, em seu ventre, do Verbo de Deus neste mundo. O que eu preciso fazer, para ouvir e cumprir o que o Senhor me propõe e abandonar tudo o que me afasta de estar em comunhão com ele? Há pessoas impossibilitadas para o trabalho por diversos motivos, como enfermidades incapacitantes ou acidentes, por exemplo. Em virtude da pandemia do coronavírus, atualmente há muitos desempregados do mercado formal e informal. Mas, seu eu estou plenamente saudável e não há impedimento algum para que eu trabalhe, por acaso, eu trabalho arduamente para comer do fruto de meu suor ou fico aguardando alguém fazer isso por mim, por puro comodismo ou por preguiça? O que eu tenho feito em minha família, igreja doméstica, neste momento pandêmico? Ajudado os outros a atravessar essa adversidade com dignidade e fé, promovendo momentos de oração, visando a união familiar e o revigoramento espiritual, ou tenho criado pânico e disseminado medo entre meus entes queridos? É preciso usar esse tempo maior em casa em prol do fortalecimento dos laços familiares de respeito, fraternidade, união, e não para brigas e desentendimentos desnecessários. É preciso ser criativo para propagar a bondade de Deus primeiramente dentro de casa, através do bom testemunho cristão de paciência, perdão, bondade, tolerância, caridade e fé.
Vítima do coronavírus, no dia 3 de fevereiro, faleceu Pe. Nelito Nonato Dornelas, sacerdote dotado de muitos dons e incalculáveis carismas a serviço da igreja particular de Governador Valadares e da CNBB. Sempre engajado a serviço da caridade, justiça e paz nas pastorais sociais, Comunidades Eclesiais de Base, Cáritas Diocesana e Romaria das Águas e da Terra, no combate à fome e à miséria, na defesa do Rio Doce, Pe. Nelito foi um incansável disseminador da articulação sociopolítica da Igreja no Brasil. Seu retorno à casa do Pai deixou corações dilacerados, órfãos de tão grande fonte de generosidade a serviço do reino de Deus. Mais de 250.000 brasileiros perderam a vida em virtude de complicações pela infecção do coronavírus. Cada um deixou saudades, tristeza, dor no coração de seus familiares e amigos. Todos sabemos que somos peregrinos nesta terra caminhando rumo ao céu. Mas, ver tantas pessoas morrendo vítimas de um negacionismo insano, por falta de planejamento, logística, insumos e oxigênio, e pela demora na imunização de toda a população por questões políticas, causa um desconforto enorme em quem tem a consciência de que a pandemia poderia ter tido efeitos menos catastróficos do que os que vivenciamos. Oremos, para que a vacina seja disponibilizada o mais rapidamente possível para todos os brasileiros e estrangeiros. Oremos, para que a dor não abale a nossa fé. Na pandemia ou em qualquer adversidade, mantenhamos o foco em Jesus! Obedeçamos a Deus e pratiquemos seus ensinamentos com discrição, humildade, sobriedade e fé, a exemplo de São José.