Olá! Espero que você esteja na alegria e na paz!
O título deste artigo é copiado de um livro de Leonardo Boff lançado em junho de 2022: “O pescador ambicioso e o peixe encantado: a busca da justa medida”. Ouso apresentar, com minhas palavras, algumas ideias presentes no tópico citado. O autor do livro aponta cinco características que respondem à pergunta feita no subtítulo. É de cada uma destas características que trataremos, sucintamente, neste artigo.
A primeira coisa a ser reconhecida é que somos seres expostos à fragilidade. Por mais que a ciência e a tecnologia evoluam, o ser humano está sempre exposto ao risco de adoecer e de perecer prematuramente pelo impacto das adversidades. É inevitável ter consciência de que somos seres frágeis; somos pó da terra. Um mosquito pode nos derrubar; um vírus invisível pode nos levar à lona.
O segundo ensinamento é que somos seres interdependentes. Todos estamos ligados, de algum modo, à humanidade inteira, como uma teia ou rede. Ninguém é isolado ou absolutamente independente, ao contrário, a sobrevivência depende da interconexão, das relações. Um recém-nascido depende de outras pessoas para atender às necessidades básicas e esta dependência continua na fase adulta. Não dá para embarcar na falsa ideia de ser feliz sozinho. É urgente recuperar a ideia de que devemos e precisamos ofertar algo do que temos e somos aos outros e receber do que eles têm e são.
Da interdependência decorre a terceira lição: somos seres de solidariedade. A capacidade de dividir o alimento e de alimentar juntos proporcionou a nossos antepassados um enorme salto evolutivo. O exercício da solidariedade é humanizante para quem recebe a ação solidária e para quem a pratica, portanto, a solidariedade é uma forma inteligente de relação na qual todas as pessoas envolvidas saem ganhando. É importante resgatar a solidariedade como identidade humana, afinal, sentir que a dor que dói no outro doeria em mim e se movimentar para amenizá-la é ação tipicamente humana. A fome, a nudez, a falta de lugar para morar, a falta de atendimento médico e de emprego precisam despertar nossa solidariedade.
Em quarto lugar, somos seres de cuidado. Somos capazes de aceitar o cuidado de outras pessoas, mas também capazes da disponibilidade para cuidar. O cuidado é uma forma de relacionar que coloca o amor e a sensibilidade como abre-alas no desfile da vida. “Cuidar é uma forma de amar, de acariciar e de se compadecer”. O cuidado faz tudo ficar mais leve e mais belo. Faz a vida de quem cuida e de quem é cuidado ficar melhor, pois o cuidado enche as vidas de sentido. Quem cuida e quem é cuidado experimentam o melhor da vida.
A quinta dica ensina que somos seres espirituais. Mais que seres religiosos, somos seres espirituais. A espiritualidade é a abertura para o reconhecimento da transcendência; é o reconhecimento de que há algo além do mundo material; é a capacidade de perceber, com a inteligência e com o coração, que estamos inseridos numa ordem muito maior que nós mesmos. “Ser espiritual é se conscientizar de que o infinito que habita em nós é eco de um Infinito Maior que nos chama a si”. A espiritualidade é a feliz capacidade para perceber a grandiosidade de nossa pequenez.
Converse um pouco sobre estes pontos com as pessoas de sua convivência. Sugira a elas que leiam este artigo para trocarem ideias. Comece perguntando: O que mais chamou a atenção neste texto? Como o texto pode ajudar a entender a vida? Boa leitura, boas conversas!