O segundo Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2025, divulgado pela Prefeitura de Valadares nesta segunda-feira (26), indica que 3,5% dos imóveis vistoriados em Governador Valadares (MG) apresentam focos do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. O número representa uma leve melhora em relação à pesquisa anterior, feita em janeiro, quando a infestação estava em 4,6%. Apesar da redução, o índice continua acima do recomendado pelo Ministério da Saúde, que é de até 1%.
A coleta de dados foi realizada entre os dias 12 e 17 de maio em cerca de 6 mil imóveis, com o trabalho de aproximadamente 60 agentes de combate às endemias. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a queda nos índices é atribuída tanto à chegada do inverno quanto às ações contínuas de combate ao vetor. No entanto, o risco de transmissão segue elevado, e a Prefeitura reforça o alerta para a responsabilidade compartilhada entre poder público e população.
Focos continuam dentro das residências
O levantamento mostra que quase 90% dos focos permanecem dentro das casas. Os principais criadouros encontrados foram ralos, calhas e lajes, que concentraram 34,6% dos focos, um aumento em relação aos 25,6% registrados em janeiro. Vasos e pratos de plantas aparecem em seguida, com 22,8%. O descarte inadequado de lixo também preocupa: 15,8% dos focos estavam em resíduos acumulados.
Outros criadouros incluem reservatórios de água secundários (12,7%), pneus (12,3%) e caixas d’água (1,3%). Os depósitos naturais, como buracos em árvores e pedras, registraram 0,4% dos focos.
Oscilação entre os bairros
Dos 14 estratos pesquisados, oito apresentaram redução nos índices, cinco tiveram aumento e um se manteve estável. A maior queda foi registrada em bairros como Grã-Duquesa e Cidade Nova, passando de 7,6% para 2,9%.
Por outro lado, a região que inclui bairros como Vila Isa, Vera Cruz e Jardim Alvorada — teve um aumento de 1,3% para 3,4%. O Centro e bairros próximos também apresentaram alta, com o índice subindo para 4,9%.
Ações intensificadas e apelo à população
Diante dos dados, a Prefeitura planeja intensificar as ações específicas por região, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). A orientação é que a população dedique ao menos dez minutos por semana para vistoriar os quintais, calhas e reservatórios de água.
A participação da comunidade é considerada essencial para evitar o avanço da infestação e, consequentemente, das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Mesmo com a chegada do inverno, período em que os focos tendem a diminuir, o risco ainda é alto, e a eliminação dos criadouros segue como a principal estratégia para conter o mosquito.





