Atualizada às 10h57
Logo após o anúncio da morte do Papa Francisco, ocorrida às 7h35 (horário de Roma) desta segunda-feira, 21 de abril — data em que a Igreja celebra a Segunda-feira do Anjo —, uma onda de comoção e homenagens tomou conta do mundo. Mensagens de pesar chegaram ao Vaticano de todas as partes, exaltando a trajetória de humildade, fé e compromisso social do pontífice argentino.
Uma das primeiras manifestações veio da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Em publicação na rede X (antigo Twitter), ela escreveu:
“Hoje o mundo chora o falecimento do Papa Francisco. Inspirou milhões de pessoas, muito além da Igreja Católica, com sua humildade e seu puro amor pelos menos afortunados. Que seu legado continue a nos guiar rumo a um mundo mais justo, pacífico e compassivo.”
O presidente da Itália, Sergio Mattarella, lamentou profundamente a morte do Papa e ressaltou sua importância como referência moral e espiritual. “Recebi com grande tristeza pessoal a notícia da morte do Papa Francisco, sentindo o grave vazio que se abre com a perda de um ponto de referência que, para mim, sempre representou tanto.”
Da Espanha, o primeiro-ministro Pedro Sánchez destacou a força de seu pontificado: “O Papa Francisco deixa um profundo legado de compromisso com a paz e a justiça social.”
Luto oficial em Minas Gerais e no Brasil
No Brasil, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, decretou luto oficial de sete dias em memória do pontífice. Em nota, Zema descreveu Francisco como “um símbolo de simplicidade e justiça social”, e destacou seu exemplo de humildade e coragem. O governador também relembrou um encontro pessoal com o Papa em 2023, no qual Francisco teria mencionado a vocação pacífica dos mineiros: “Os mineiros lutam para não fazer guerra, mas, quando lutam, é para terminá-la, porque não a desejam.”
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também se pronunciou oficialmente, unindo-se em oração ao povo de Deus em todo o mundo:
“Papa Francisco, peregrino da esperança, pastor humilde e corajoso, testemunha incansável da misericórdia de Deus, conduziu a Igreja com sabedoria evangélica, compaixão e espírito missionário.”
A CNBB recordou ainda sua presença marcante no Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude de 2013, no Rio de Janeiro, quando exortou: “Não tenham medo de ir e de levar Cristo a todos os ambientes.”
Homenagem do presidente da República
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também decretou luto oficial de sete dias e divulgou nota lamentando a perda de “uma voz de respeito e acolhimento ao próximo”. Lula destacou que o Papa foi um incansável defensor da paz, da solidariedade e da justiça social.
“Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o Papa buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia.”
Lula também elogiou o papel de Francisco nos debates sobre meio ambiente e desigualdade social, lembrando que ele sempre se colocou ao lado dos mais pobres, dos refugiados, dos doentes e das vítimas de guerras e preconceitos. O presidente recordou com carinho os encontros que teve com o pontífice, ao lado da primeira-dama Janja, e afirmou: “Pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará.”
Encerrando sua homenagem, Lula expressou gratidão e esperança: “O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações.”