Internado há mais de um mês no Hospital Gemelli, em Roma, onde se recupera de uma pneumonia bilateral, o papa Francisco enviou uma carta ao diretor do jornal italiano Corriere della Sera, Luciano Fontana. No texto, publicado nesta terça-feira (18), o pontífice reforçou seu apelo pelo desarmamento e pela paz, destacando a importância da comunicação responsável no atual cenário global.
O papa iniciou a mensagem agradecendo a proximidade e o apoio recebidos neste período de enfermidade. “A guerra parece ainda mais absurda quando enfrentamos a fragilidade humana. Ela nos torna mais lúcidos sobre o que realmente importa e sobre aquilo que mata”, escreveu Francisco. Segundo ele, muitas vezes a sociedade evita lidar com a fragilidade, pois ela questiona as escolhas feitas tanto individualmente quanto coletivamente.
Na carta, o pontífice ressaltou o papel dos jornalistas na construção de um ambiente mais humanizado. “Gostaria de encorajar todos aqueles que dedicam trabalho e inteligência para informar, através dos instrumentos de comunicação que agora unem nosso mundo em tempo real: sentir toda a importância das palavras”, afirmou. Para ele, as palavras “podem conectar ou dividir, servir à verdade ou se servir dela”, e destacou a necessidade de “desarmar as palavras para desarmar as mentes e desarmar a Terra”.
O papa também alertou para os danos irreversíveis dos conflitos armados. “Enquanto a guerra apenas devasta as comunidades e o meio ambiente, sem oferecer soluções para os conflitos, a diplomacia e as organizações internacionais precisam de nova força vital e credibilidade”, escreveu. Francisco enfatizou ainda o papel das religiões na promoção da paz, afirmando que elas podem “se valer da espiritualidade dos povos para reacender o desejo de fraternidade e justiça”.
Estado de saúde
O Vaticano informou que o estado de saúde do papa segue apresentando pequenas melhoras. Internado desde o dia 14 de fevereiro, Francisco tem respondido ao tratamento e já necessita de menos oxigenação de alto fluxo.
No último domingo (16), a Santa Sé divulgou a primeira imagem do pontífice desde sua internação. A foto mostrou sua mão inchada, o que gerou preocupação entre os fiéis. No entanto, o Vaticano esclareceu que o inchaço foi causado pela mobilidade reduzida e que sua condição está melhorando.