No dia em que comemora seus 88 anos, o Papa Francisco teve trechos de sua autobiografia, intitulada Spera, publicados nos jornais italianos La Repubblica e Corriere dela Sera.
A obra, que será lançada em várias línguas no próximo dia 14 de janeiro, promete revelar detalhes inéditos sobre a trajetória de Mario Jorge Bergoglio, incluindo uma história dramática sobre atentados que ele quase sofreu durante sua visita ao Iraque, em 2021.
A viagem ao Iraque foi um dos momentos mais marcantes de seu papado. Foi a primeira vez que um pontífice visitou o país, em um contexto delicado, logo após a queda do Estado Islâmico, mas ainda marcado por grande instabilidade. Francisco narra, em sua autobiografia, as ameaças que enfrentou durante a estadia, algo que poucas pessoas sabiam até então.
Em março de 2021, ao aterrissar em Bagdá, o Papa foi informado pelas autoridades iraquianas de que dois homens-bomba conhecidos estavam planejando um atentado contra ele. “Uma jovem kamikaze estava a caminho de Mossul para se explodir durante a visita papal. E uma van também havia partido em alta velocidade com a mesma intenção”, escreveu o pontífice.
A cidade de Mossul, que foi controlada pelo Estado Islâmico de 2014 a 2017, foi um dos pontos altos da viagem de Francisco. O Papa visitou as ruínas de quatro igrejas destruídas e fez um apelo forte pela paz, em um momento histórico de grande simbolismo.
Em sua autobiografia, Francisco revela que foi orientado por diversas autoridades a não realizar a viagem, mas que sentia, em seu coração, o dever de ir ao Iraque, terra do patriarca Abraão.